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23 DE JUNHO DE 2009, TERÇA FEIRA
POR: Cipriano Justo
A Sócrates o que é de Sócrates
"Em consequência dos resultados de 7 de Junho já há quem se prepare para encomendar o cadáver do PS ainda o doente não está morto." No rescaldo das eleições para o Parlamento Europeu o nosso site abriu o debate sobre os resultados das mesmas. Leia aqui a posição do dirigente da Renovação Comunista Cipriano Justo.
Em consequência dos resultados de 7 de Junho já há quem se prepare para encomendar o cadáver do PS ainda o doente não está morto. Que, recorde-se, num dos seus piores resultados de sempre, em eleições para o Parlamento Europeu e com a abstenção que se conhece obteve, ainda assim, cerca de 27% dos votos, a cinco pontos percentuais do PSD e a outros tantos do que BE e CDU alcançaram juntos. Estas são as contas. Além disso, este suposto cadáver contém no seu seio, é bom lembrar, uma personalidade que poucas semanas antes tinha reafirmado o seu estatuto de militante, sem intenções nem projectos para uma ruptura com o partido que ajudou a fundar: Manuel Alegre. O mesmo que esteve no Teatro da Trindade e na Aula Magna em acções que configuraram um entendimento à esquerda. O mesmo que na Assembleia da República e fora dela se opôs a legislação e medidas que ditaram a derrota do PS. Com aquele gesto o sinal que Manuel Alegre quis dar foi, na minha leitura, inequívoco: ao governo de Sócrates o que é do governo de Sócrates, ao PS o que é do PS. Ao fazer esta distinção, e na linha do que sempre defendeu, Manuel Alegre, que pelos vistos continua a valer muitos milhares de votos, alertou para o pormenor de que não há alternativa à esquerda, pelo menos no próximo futuro, sem o PS. Pode haver um governo à direita, mas se isso acontecer lá teremos o carrossel da alternância a dar mais uma volta e mais uma viagem pelos subterrâneos do liberalismo económico. Basta olhar para o mapa da Europa e ver as cores de que se tingiu.

Quem põe os ovos num ninho que não é o seu tem o que merece. Este governo pôs os ovos no ninho da direita e a direita derrotou-o. Essa é a principal lição que o PS deve retirar dos resultados de 7 de Junho. Com uma agravante para um partido que se quer de centro-esquerda: boa parte da derrota foi ditada na rua pela sua base eleitoral de apoio, que se opôs ao recuo dos serviços públicos, às medidas na educação, ao desemprego, à precariedade, às hesitações perante a recessão económica, ao Código do Trabalho. Embora os partidos políticos acabem sempre por se confundir com as políticas dos governos que representam, no momento de analisar o ter e o haver convém não confundir as parcelas. No PS, como em qualquer partido democrático, nem tudo é ter nem tudo é haver porque nele coabitam José Lello e Manuel Alegre, Correia de Campos e António Arnaut, Edite Estrela e Maria de Belém, Vitalino Canas e Ferro Rodrigues, Silva Pereira e Alberto Martins, Luís Amado e António José Seguro, Jaime Gama e Jorge Sampaio, por exemplo. E quando se está e encomendar o cadáver do PS de Sócrates também se está encomendar, d’emblé, o PS de Manuel Alegre, António Arnaut, Maria de Belém, Ferro Rodrigues, Alberto Martins, António José Seguro e Jorge Sampaio, dos valores que eles representam e da contribuição que eles podem dar para uma solução de esquerda.
A não ser que se pense que a seguir a uma vitória da direita ficam desbravadas as grandes alamedas por onde a esquerda, finalmente, irá fazer o seu desfile triunfal, o principal desafio que nos próximos meses se lhe vai colocar, e ao centro-esquerda, é como conseguir articular os respectivos programas e discursos de maneira a evitarem lançar a criança pelo cano abaixo.


 
A Sócrates o que é de Sócrates
Enviado por Cipriano Justo, em 20-07-2009 às 22:13:12
Quem elegeu esta maioria foram os eleitores, que não são todos militantes do PS, que se saiba. Estes, e outros eleitores, saberão o que fazer em 27 de Setembro. O que se defende é que, por muito que se grite e repita, PSD e PS não são uma e a
mesma coisa. O que se defende é que os eleitores pressionem para que o PS altere a sua prática governativa e faça jus à sua designação. Como? Não lhe concedendo uma nova maioria absoluta, por exemplo
A Sócrates o que é de Sócrates
Enviado por Rosa Esteves, em 18-07-2009 às 16:23:18
Pois. E o que fazer com o grupo (militantes e outros) que o puseram lá? E o mantêm? Em matéria de corrupção já inventaram (quase) tudo.
Como é isso das adjudicações directas?

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