27 DE MARÇO DE 2010, SÃBADO Renovação Comunista toma posição sobre o PEC! O Encontro Nacional da Renovação Comunista reunido a 27-03-10 considera que a proposta governamental de PEC não ajuda a tirar o paÃs da crise, antes agravará os problemas económicos e sociais com mais recessão e maior penalização social! Revela o governo, para além disso, um alinhamento acrÃtico com o que estão a ser as posições da União Europeia para lidar com as dificuldades abdicando de solidariedade suficiente entre os seus membros, condicionando pelo contrário o agravamento da austeridade nos que defrontam os maiores problemas, penalizando cada vez mais o desenvolvimento e agravando as desigualades e o desemprego.
Na miragem apenas de um encaixe financeiro de 6000 milhões de €, o governo não hesita, por via da venda de importantes posições, em perder os dividendos gerados na economia do Estado e não acutela as consequências sociais e os riscos de devastação no tecido produtivo que esse tipo de operação pode ocasionar. Ao insistir nas vendas de património público produtivo, o PEC percorre no essencial o mesmo tipo de receitas que nos anos precedentes geraram as condições para o desencadear da presente crise. É hoje vasto o consenso de que os factores que a desencadearam decorrem do ciclo precedente de privatizações, desregulação e liberalização, acabando por ameaçar as condições de vida de milhões de trabalhadores em todo o mundo. Como é então possÃvel que, poucos meses depois da tempestade, e de ouvirmos os discursos do 1º ministro em torno da importância do reforço da economia pública, se regressse ao propósito privatizador e desregulador? No âmago da visão ortodoxa corporizada pelo governo está a ideia de que a retoma só será obtida pelo recuo da economia pública e o esmagamento do valor da mão-de-obra, por forma aos privados se motivarem outra vez para investir. A verdade é que é profundamente preconceituosa esta tese nuclear à s polÃticas capitalistas, não tem suporte em qualquer evidência sólida e ilude os mecanismos essenciais da crise capitalista. Para a a Renovação Comunista, a robustez da economia pública, com a capacidade patenteada para socorrer toda a economia e os agonizantes capitalistas, mas igualmente para atenuar os perigos de catástrofe social vem mostrando precisamente o contrário das teses ortodoxas. Mostra como o impulso crescente à s formas sociais de produzir de que é precursora a economia estatal é o resultado e não a causa da insuficiência dos privados para oferecer prestações socialmente sustentadas nas fundamentais esferas do metabolismo social como a saúde, educação, segurança social e noutros serviços e indústrias essenciais da vida económica da nossa sociedade. A questão não está tanto em insistir na miragem da retoma dos relutantes investidores privados, mas em empreender em formas socialmente apoiadas e sustentadas de expansão que mobilizem a sociedade e permitam usar os recursos públicos para rebocar a expansão ao serviço da prosperidade de todos. Para a Renovação Comunista, as medidas propostas não só são gravosas pela falta de resposta no emprego, pelos cortes nas prestações sociais e no congelamento salarial. São gravosas por jogarem mistificatoriamente na ideia de que estas medidas seriam inevitáveis e sem alternativa. Ora o que mostra o debate e os contributos entretanto afirmados pela esquerda é exactamente o contrário. A Renovação Comunista sublinha como muito positivo que o debate à esquerda em torno do PEC tenha conduzido à formulação de algumas propostas que podem configurar polÃticas alternativas indispensáveis à superação da crise e de como é urgente aumentar o esclarecimento e a batalha polÃtica a seu favor. Ao confrontar todo este vasto sentimento, o governo toma partido pelas orientações conservadoras e sobretudo cede à s pressões da ortodoxia europeia e do FMI. Para a RC, não é credÃvel uma polÃtica de passiva aceitação do “senso comum†das instituições supranacionais, antes se exige maior capacidade de defesa e maior questionamento desses pontos de vista em articulação com as todas as vozes que na Europa exigem um outro tipo de União virada para a coesão e a solidariedade. Não pode a Renovação Comunista deixar de sublinhar como o consenso de tipo Bloco Central que o governo preferiu para fazer passar esta proposta, para além de um serviço à s instituições supra-nacionais, não deixa de contar com a tutela e a inspiração da Presidência da República o que não deve deixar de ser tido em conta no juÃzo eleitoral dos portugueses quando se avizinham eleições presidenciais. A Presidência da República não pode ser, não deve continuar a ser, o elo que puxa o arco da governação para o imobilismo e a resignação, antes deve ser, também, o contra-ponto para o acolhimento de ideias mobilizadoras, dado que a estabilidade é indissociável de mudanças no modo da sociedade se orgarnizar e produzir. É pois imperioso que se afirmem as ideias para uma alternativa de polÃticas para o paÃs! | 2024 2023 2022 2021 2020 2019 2018 2017 2016 2015 2014 2013 2012 2011 2010 2009 2008 2007 2006 | |