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10 DE JANEIRO DE 2012, TERÇA FEIRA
Carlos Brito
Até quando?
A mensagem natalícia de Passos Coelho foi uma significativa demonstração do vazio político da actual acção governativa. Provou-se que o Governo não tem nada de positivo para anunciar aos portugueses.
O Primeiro-Ministro bem o quis iludir falando vagamente da «sociedade de confiança» e proclamando que «temos muitas reformas estruturais para executar».
Mas foram só palavras, palavras, palavras.
Não indicou uma só razão para justificar a confiança e coibiu-se de concretizar o conteúdo das reformas.
Percebe-se muito bem a razão por que em dia de Natal silenciou o sentido destas últimas.
É que as reformas que estão em marcha representam mais sacrifícios, perda de direitos e empobrecimento e as que podiam significar desenvolvimento e contenção da austeridade não estão em marcha.
Quando Passos Coelho se refere a 2012 como «um ano determinante» no que está a pensar é na eliminação total ou parcial dos subsídios de férias e de Natal, no severo agravamento do IVA e de outros impostos, nas alterações da legislação do trabalho com a liquidação de direitos históricos dos trabalhadores, incluindo o horário de trabalho, na redução de postos de trabalho na Administração Pública, originando mais desemprego, no aumento brutal das taxas moderadoras na saúde, na diminuição do subsídio de desemprego, para só citar algumas das mais gravosas e emblemáticas medidas da política governamental.
Ora este «menu» seria demasiado indigesto para ser servido aos portugueses no jantar do Dia de Natal, por isso o Primeiro-Ministro tentou, por momentos, ocultá-lo numa avalanche de palavras ocas e abstractas.
Não há, no entanto, palavras que possam iludir a questão central que, seis meses após a constituição do actual executivo, já está colocada aos portugueses: até quando se pode manter uma política que diariamente agrava as condições de vida do nosso povo e empobrece o país?
Sabe-se que uma parte das medidas em curso foi imposta ao país pela «troika», como condição do empréstimo internacional, mas o Governo de Passos Coelho parece caprichar em executá-la da forma mais dolorosa para o povo e o país, ao mesmo tempo que lhes vai juntando muitas outras da sua agenda neoliberal radical, assim exacerbando o descontentamento, os protestos, a oposição, a necessidade de uma crescente resistência indignada e da procura de uma alternativa.

Publicado na edição de Janeiro do Jornal do Baixo Guadiana


 

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